Vereadora Luiza Ribeiro manifesta preocupação com plano de ação para redução da fila de espera em psiquiatria apresentado pela SESAU.

A vereadora Luiza Ribeiro esteve presente na reunião técnica da Câmara Técnica do Conselho Municipal de Saúde realizada na última terça-feira (04), que debateu a proposta apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) denominada Plano de Ação para Redução de Filas de Espera e Acesso à Primeira Consulta em Psiquiatria Adulto e Pediátrica. A iniciativa responde à Ação Civil Pública nº 0927772-60.2024.8.12.001, que cobra uma solução para a longa espera por atendimento psiquiátrico na rede municipal.
Durante a reunião, a reorganização dos fluxos dos serviços e programas apresentados às equipes da SESAU que atuam na atenção à saúde mental gerou preocupação entre profissionais da área e usuários da Rede de Atenção Psicossocial. Isso porque a proposta pode resultar na retirada ou inviabilização de serviços essenciais.
Entre os pontos mais críticos está a substituição do serviço atualmente oferecido pelo Ambulatório de Saúde Mental pela implantação de um CAPS II para atender pacientes moderados de todo o município em uma região periférica, próximo ao bairro Vila Almeida. Essa mudança pode descaracterizar o modelo de atendimento do CAPS e levanta questionamentos sobre a viabilidade de um único CAPS II atender uma cidade com mais de 900 mil habitantes, quando a legislação federal recomenda essa estrutura para municípios entre 70 mil e 200 mil habitantes.
Além disso, a proposta da SESAU desconsidera a qualidade dos serviços já existentes, especialmente os ofertados pelo Ambulatório de Saúde Mental, que funciona há quase uma década no CEM, uma localização central, e oferece programas fundamentais como: Psiquiatria perinatal, atendimento psiquiátrico para mulheres vítimas de violência, ambulatório para transtornos alimentares, ambulatório de sexualidade e gênero e psicogeriatria.
Outro ponto preocupante é a incerteza quanto à continuidade dos programas de prevenção ao suicídio adulto, que seriam absorvidos pelos CAPS. No entanto, a proposta privilegia o atendimento médico, reduzindo a oferta de acompanhamento psicológico individualizado, essencial para a condução terapêutica.
A reunião técnica contou com a presença de representantes do Conselho Regional de Psicologia, médicos psiquiatras, trabalhadores do Sistema de Atenção Psicossocial da Rede Municipal de Saúde e usuários dos serviços, que lotaram o debate. O próximo passo será a análise do tema pelo plenário do Conselho Municipal de Saúde.
De acordo com um documento enviado pelos psicólogos ao Conselho Municipal de Saúde, a categoria manifesta “intensa aflição e preocupação” com o plano de ação da SESAU e sua implementação apressada, sem debate adequado no controle social. O temor é que a reorganização dos serviços impacte negativamente os usuários, comprometendo a assistência em saúde mental no município.
“Vamos seguir acompanhando essa discussão, pois a saúde mental em Campo Grande precisa ser fortalecida, e não desmontada. A solução para a fila de espera não pode comprometer serviços fundamentais para a população”, destacou a vereadora Luiza Ribeiro.
Assessoria de Imprensa do TOPS DO MS NEWS.